domingo, 6 de março de 2011

Solstício de Verão


Seus olhos haviam sido pintados de aquarela naquela manhã. O sol que timidamente nos comprimentava,contagiava-se por sua energia. Era papel de estrela,aparecer e ser codjuvante do seu brilho. Você brincava com meus cabelos agora claros e ondulados contrastantes com a minha pele. Contrastava mais que sua própria imagem. Nossos pés juntos denunciavam que era amor de perca. Em linhas tortas da rua,tudo se perdia e se esvairava. O que se ganhava era esgotado a última gota de perdão. A dança da vida nos fazia fantoches de nossa própria ilusão. Sua pele havia empalidecido. Seus olhos pareciam empalhados por mãos agudas. Suas mãos denunciavam sua ausência de toque em meus braços. Sua alma era oca e residia apenas resquisio de sentimento fresco. O Sol alinhou-se ao seu coração e sua energia tomou para si.

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