sexta-feira, 18 de março de 2011

circulo vicioso

Virara círculo de fogo. Daqueles em que só o ar por fim, era capaz de se alastrar. O choque da chuva em rigor ao asfalto denunciava a veracidade de caminhos possíveis de se velejar. Seus olhos eram aspirais originárias do espaço que destacavam-se ao branco do infinito. Era sinal de fumaça decorrente de crime a queima-roupa. Seu coração agora já salteava em fusos arteriais por crateras de seu corpo. Sua alma trilharia um novo caminho logo adiante. Seus lábios eram azul-anil afim de achar algo poético naquela cena estupidamente fatal. Em meus ouvidos sua voz encadeava loucura por caos á cordas vocais. Era sórdido demais pensar que aquilo passara apenas de um sonho.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Propriedade do mundo


Camada por camada era exposta pela certeza do toque e da serena incisão. A poça de água eternizava seu momento de narciso. Afundou-se no mar que mais se assemelhava ao fundo oco do espaço e soltou lágrimas na esperança de que lavasse sua alma e a tranforma-se no originário mais sutil. Nessa maestria sua que ninguém compreenderia,reduziu-se em partes de um mosaico que de sentimentos,haveria de ser complementado. Faíscas saiam de seus risos e espantavam qualquer um que um dia poderia a vir a lhe seguir. Estrelas,aventureiras em sua forma mais genuína, vigiavam seus pensamentos tórridos de longe mas timidamente confiantes de que um dia cairias em seu próprio feitiço. A incapacidade do sentir era espelho de seu coração frívolo e já sem vida,afogou-se em beira-mar não apenas sozinho,mas eternamente acompanhado de sua própria solidão.

domingo, 6 de março de 2011

Solstício de Verão


Seus olhos haviam sido pintados de aquarela naquela manhã. O sol que timidamente nos comprimentava,contagiava-se por sua energia. Era papel de estrela,aparecer e ser codjuvante do seu brilho. Você brincava com meus cabelos agora claros e ondulados contrastantes com a minha pele. Contrastava mais que sua própria imagem. Nossos pés juntos denunciavam que era amor de perca. Em linhas tortas da rua,tudo se perdia e se esvairava. O que se ganhava era esgotado a última gota de perdão. A dança da vida nos fazia fantoches de nossa própria ilusão. Sua pele havia empalidecido. Seus olhos pareciam empalhados por mãos agudas. Suas mãos denunciavam sua ausência de toque em meus braços. Sua alma era oca e residia apenas resquisio de sentimento fresco. O Sol alinhou-se ao seu coração e sua energia tomou para si.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

animalesco

perturbava-me o cheiro que antes ia de encontro ao meu e hoje já se assemelhava a podridão. O ser renegado de todos sentimentos mundanos e olhares satisfatórios. Via -se a nitidez que se tornara um animal,como se ao revirar o lixo,estivesse a se deparar com a sujeira humana. Achava algo palatável omo se houvesse procurado na humanidade,um ser livre de depravacões e por fim,achasse. Retirava-se toda sua bondade afim de torna-lhe a imagem e semelhanca do homem. Energias eram despedacadas em mordidas certeiras que denunciavam a sua fome por algo palpável do sentir. Seu rosto indecifrável aliado a sua ausência de sanidade. A carne humana passara a ser seu divertimento fugaz. Tornastes do mais terrivel ao mais necessitado.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Já passara do insolúvel todos esses sentimentos que estavam escancarados á nossas vistas. E estas,-já dilatadas como se em seus fundos ocos transparecesse o final de nossa corda bamba do universo- estampavam apenas nossas injúrias compartilhadas e eternizadas por aquele espaço,que do físico nos remete as estrelas e do real nos remete ao frescor de nossas vidas.Seios encaravam feições e pernas entrelaçavam sentimentos que não podiam ser soltados por elas.Berro pelo efeito que seu toque aniquila e remove todo o senso que ainda deturpado me absorve de sorrisos e me aluga de perdões.Arranca pedaços para a construção de um novo ser absolvido de ilusões e decadências. O breu da noite esconde verdades nunca antes ditas por esses astros e transparece a mentira destes sentimentos nossos irreais.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ode á liberdade


É do feito e desfeito que me desmonto e não obedeço.
É do intenso que alimento minhas fugas sensoriais do inseguro. A necessidade do líbido pouco proibido solúvel em meus caminhos transfusos entre sangue e ofegante oxigênio,a destribuir-se em meus membros,que confusos trocam calor á sua imagem e semelhança.
O algo que me tira do respirar aparente mas que me trás o sufocar como nova forma de viver. Quero a liberdade de sentir-me redescoberta por você a cada novo episódio. Que eu sinta seu sorriso lembrando de minhas feições a cada novo despertar. Que nossas pernas troquem o mesmo calor que provoca arrepio,que suem da mesma unidade,de nós mesmos.
Sentir-me alimentada ao ver o eu abraçado por suas artérias ao encontro de um só coração.
Necessito do odor de nossos corpos em transe para sentir-me livre do amargar de meus sentimentos.
A premissa do interiorizar nossos momentos para nós mesmos enquanto que o tempo nos estaciona e o teto nos reprime,parece ser a mais aceitável nesse momento.
Lágrimas nessa noite estarão marcadas no asfalto eternamente,assim como a nicotina encrava-se e sepulta um buraco a cada dia em meu novo ser dependente de seu olhar oco,que mesmo quando quer não expõe o mesmo que seus lábios suplicam.

domingo, 5 de setembro de 2010

Hoje decidi pensar em você.
Em meu alto sadismo temperamental aliado ao impuro e o indesejável. A repulsa do estar em você,sabendo que o mesmo compoem-se dentro de mim. Enlaço-me em meus enjoôs ao sentir sua presença a me confrontar.
A sina estampada em meus olhos vazios ao encontro de seus olhos negros ociosamente libertinos.
Troco-me por você afim de presenciar o orgânico e o inóspito ao fundo de sua alma que corrompe o caminho infertil do teu ser. O ser inexistente de esperança,impagavelmente inafiançável da prisão de seus sentimentos. E assim se foi,num suspiro agradável que antes me sufocara,pensei em você.