haver (ha-ver)
v.i. (impes.) Existir.
Suceder, acontecer; ocorrer:
Me espera chorar. –ele disse.
Me espera derramar o último vestígio de ti. Espera pra ver que quando saíres daquela porta, eu conseqüentemente hei de cair de uma altura inestimável. Não espero que me segures, mas espero que veja em que abismo me meti. O ato de ir ao precipio só não é mais lastimável do que a duvida de me jogar. Entreguei-me de malas prontas a teu ser. Sem carta de recomendação, fui amante traído. Sem carta de rescisão,fui subjugado e subvertido. Já não eram mais os verões que eram frios, mas nossas palavras que já não eram mais quentes. Já não se tratava de um céu cinzento, mas de uma neblina suja que impairava sobre nossas cabeças. O curativo que já não escondia mais, o que de fato já não havia. Estancou-se o sangue e tudo que havia ao redor era submetido a uma dor certeira e constante. Em meu lugar, ocuparam-se de dúvidas, enquanto que em teu lugar assentaram-se questões. Pedaços de seu ser eram inevitavelmente costurados e dilacerados ao longo do tempo. A agulha transpassava na dor e na esperança de que juntássemos os restos de seu ego inquebrantável. As cores saturadas tomavam corpo por dentro da insolação daqueles dias que se arrastavam e tropeçavam enquanto que nossas vidas ruíam. Tudo perdera sabor como quem perde dignidade. A felicidade do mundo se tornara cada vez mas hipócrita enquanto que a honestidade assemelhava-se ao enjoô. Não me cabia mais tamanho ser desconhecido dentro de mim apelidado de eu mesmo. Saí na esperança de que um ser ainda sobrevivesse até perceber que a alma de ambos já haviam sido devidamente depositadas no caixão da vida. Daquelas vidas que respiram já sem alma e carregam eternamente a carcaça da dor, achei-me em uma delas.
domingo, 15 de maio de 2011
sexta-feira, 18 de março de 2011
circulo vicioso
Virara círculo de fogo. Daqueles em que só o ar por fim, era capaz de se alastrar. O choque da chuva em rigor ao asfalto denunciava a veracidade de caminhos possíveis de se velejar. Seus olhos eram aspirais originárias do espaço que destacavam-se ao branco do infinito. Era sinal de fumaça decorrente de crime a queima-roupa. Seu coração agora já salteava em fusos arteriais por crateras de seu corpo. Sua alma trilharia um novo caminho logo adiante. Seus lábios eram azul-anil afim de achar algo poético naquela cena estupidamente fatal. Em meus ouvidos sua voz encadeava loucura por caos á cordas vocais. Era sórdido demais pensar que aquilo passara apenas de um sonho.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Propriedade do mundo

Camada por camada era exposta pela certeza do toque e da serena incisão. A poça de água eternizava seu momento de narciso. Afundou-se no mar que mais se assemelhava ao fundo oco do espaço e soltou lágrimas na esperança de que lavasse sua alma e a tranforma-se no originário mais sutil. Nessa maestria sua que ninguém compreenderia,reduziu-se em partes de um mosaico que de sentimentos,haveria de ser complementado. Faíscas saiam de seus risos e espantavam qualquer um que um dia poderia a vir a lhe seguir. Estrelas,aventureiras em sua forma mais genuína, vigiavam seus pensamentos tórridos de longe mas timidamente confiantes de que um dia cairias em seu próprio feitiço. A incapacidade do sentir era espelho de seu coração frívolo e já sem vida,afogou-se em beira-mar não apenas sozinho,mas eternamente acompanhado de sua própria solidão.
domingo, 6 de março de 2011
Solstício de Verão

Seus olhos haviam sido pintados de aquarela naquela manhã. O sol que timidamente nos comprimentava,contagiava-se por sua energia. Era papel de estrela,aparecer e ser codjuvante do seu brilho. Você brincava com meus cabelos agora claros e ondulados contrastantes com a minha pele. Contrastava mais que sua própria imagem. Nossos pés juntos denunciavam que era amor de perca. Em linhas tortas da rua,tudo se perdia e se esvairava. O que se ganhava era esgotado a última gota de perdão. A dança da vida nos fazia fantoches de nossa própria ilusão. Sua pele havia empalidecido. Seus olhos pareciam empalhados por mãos agudas. Suas mãos denunciavam sua ausência de toque em meus braços. Sua alma era oca e residia apenas resquisio de sentimento fresco. O Sol alinhou-se ao seu coração e sua energia tomou para si.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
animalesco
perturbava-me o cheiro que antes ia de encontro ao meu e hoje já se assemelhava a podridão. O ser renegado de todos sentimentos mundanos e olhares satisfatórios. Via -se a nitidez que se tornara um animal,como se ao revirar o lixo,estivesse a se deparar com a sujeira humana. Achava algo palatável omo se houvesse procurado na humanidade,um ser livre de depravacões e por fim,achasse. Retirava-se toda sua bondade afim de torna-lhe a imagem e semelhanca do homem. Energias eram despedacadas em mordidas certeiras que denunciavam a sua fome por algo palpável do sentir. Seu rosto indecifrável aliado a sua ausência de sanidade. A carne humana passara a ser seu divertimento fugaz. Tornastes do mais terrivel ao mais necessitado.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Já passara do insolúvel todos esses sentimentos que estavam escancarados á nossas vistas. E estas,-já dilatadas como se em seus fundos ocos transparecesse o final de nossa corda bamba do universo- estampavam apenas nossas injúrias compartilhadas e eternizadas por aquele espaço,que do físico nos remete as estrelas e do real nos remete ao frescor de nossas vidas.Seios encaravam feições e pernas entrelaçavam sentimentos que não podiam ser soltados por elas.Berro pelo efeito que seu toque aniquila e remove todo o senso que ainda deturpado me absorve de sorrisos e me aluga de perdões.Arranca pedaços para a construção de um novo ser absolvido de ilusões e decadências. O breu da noite esconde verdades nunca antes ditas por esses astros e transparece a mentira destes sentimentos nossos irreais.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Ode á liberdade

É do feito e desfeito que me desmonto e não obedeço.
É do intenso que alimento minhas fugas sensoriais do inseguro. A necessidade do líbido pouco proibido solúvel em meus caminhos transfusos entre sangue e ofegante oxigênio,a destribuir-se em meus membros,que confusos trocam calor á sua imagem e semelhança.
O algo que me tira do respirar aparente mas que me trás o sufocar como nova forma de viver. Quero a liberdade de sentir-me redescoberta por você a cada novo episódio. Que eu sinta seu sorriso lembrando de minhas feições a cada novo despertar. Que nossas pernas troquem o mesmo calor que provoca arrepio,que suem da mesma unidade,de nós mesmos.
Sentir-me alimentada ao ver o eu abraçado por suas artérias ao encontro de um só coração.
Necessito do odor de nossos corpos em transe para sentir-me livre do amargar de meus sentimentos.
A premissa do interiorizar nossos momentos para nós mesmos enquanto que o tempo nos estaciona e o teto nos reprime,parece ser a mais aceitável nesse momento.
Lágrimas nessa noite estarão marcadas no asfalto eternamente,assim como a nicotina encrava-se e sepulta um buraco a cada dia em meu novo ser dependente de seu olhar oco,que mesmo quando quer não expõe o mesmo que seus lábios suplicam.
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