sexta-feira, 23 de abril de 2010

Nas arestas do inócuo estelar
Em tom de soneto de separação
Estava escrito
O descaminho de nossos passos
rasos e espaços
O furor de falsa ventania
sucumbiu o fundo do copo
requalificou-se
qualificou-se passivel de entendimento outra vez
passastes a enxergar
mesmo depois que
furastes seus olhos para que cantasses melhor
Até que o sol caiu
ao tempo de enxugar suas máguas por entre nuvens carregadas de ódio outra vez.

domingo, 4 de abril de 2010

hesito a destruição imediata,prefiro o sofrer ensaserbado ao contactuar com o oxigênio do mundo.

Nossas palavras chocavam-se já em suas cordas vocais
nosso gestual já não era espotâneo como antigo exalar da felicidade.
pergunto-me por quê? já não mais.
tire-me carências existênciais corridas sobre meus lábios propositalmente confusas e ofuscadas por lágrimas que,em seu talo são formadas de frieza sutil. A frieza na qual enfartava-se de carinho pulsante ao espaço fingidamente bucólico,mas que ao redor,cantarolavam-se a sentença de morte.
A água corrida mistura-se ao envenenamento dessas mesmas lágrimas que correndo ao meu corpo e limpando minha alma superficialmente,acabaram num passeio pelo ralo,vontando ao mesmo lugar de origem: A boca-suja do mundo.

segunda-feira, 22 de março de 2010

cante em tom maior.

Nublei-me o olfato afim de guardar o teu ultimo cheiro junto a mim.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Me leve a mal.

enlaço-me no espelho buscando o bruto Eu sem lapidações ao fundo de minhas pulsantes veias.
Me diz com que cara vou sair? Como poema murro entrelaço no inócuo do espaço,jogada as tranças do mar que ão de me levar a tua impágavel vingança que,alojada em mim sem pedir permissão nem hora de chegada,está á frente de outras bastas preocupações.
Me tira os olhos das mãos,a faça revestida de culpa dos meus tendões,agora irremediavéis de nunca mais saltarem aos céus,mas fixos ás entranhas do asfalto da realidade.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

morre-se aos poucos.

bromélias dilatam a sua submersa dor.Lágrimas em sereno as servem de consolo.Na frente do cortejo,a luz negra dos teus olhos abrem feridas intérpidas que eclodem em meu corpo,acendendo tristezas que antes eram belezas apagadas num fundo vazio,mas que agora esvairam pela corrente do asfalto...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

"com pedaços de mim,monto um ser atônito"

Beirando a dissertação sobre um coração leviano,diga-se de passagem,que não será de ninguém,procuro em falhas memórias,a necessidade de escrever.Por ineficiência,me desmancho em frases,que de concordância não há,que de sentido literal me empobreço.
De palavras,estancava-se o sangue de uma visível ferida,sepultando-a e ao mesmo tempo pedindo-a descrição,demorei para perceber que,quando se chega ao fundo do poço,é imprensidivel a visão do inócuo.Tentei tirar de cinzas alguma chama,da borra,algum sustento na realidade.
O nada se passou.
Sobrevivendo as artimanhas daquele injusto em que nos situamos,até que o dia abriu morto em mim,até que o incrédulo tempo estacionou-me.

E de lá pra cá não regrido. (e nem quero.)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

vôou

Não há explicação.
O sentimento da falta de palavras.A válvula de escape.A inevitável vontade de te ter como parâmetro de vida.O vazio de estar tão perto e ao mesmo tempo tão inatingivel,numa distância além dos céus.
Passaram os dias,até ver que essa distância tomou aquela proporção indesejada,mesmo que fazendo parte de mim,e nem um fisgar em sua consiência o teve (?)